Vivemos nossa vida numa busca incansável pela felicidade.
Já pararam para pensar que essa busca é o combustível que move a humanidade? É ela que nos força a estudar, trabalhar, ter fé, construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, ter filhos e depois protegê-los. Ela nos convence de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá disposição para lutar por elas. E aí, quando alcançamos todas as conquistas, logo vem novas necessidades, novas coisas a serem alcançadas para que a sensação de felicidade permaneça, mostrando que essa sensação através dessas conquistas é meramente ilusória.
Essa busca distorcida pela felicidade vem através de uma ideia que a sociedade nos impõe que temos que estar felizes o tempo todo, que a tristeza é algo ruim e que não podemos dar vazão a ela. Vivemos uma época em que ser feliz é uma obrigação , as pessoas tristes são indesejadas, vistas como fracassadas completas. A doença do momento é a depressão. Segundo o escritor francês Pascal Bruckner, autor do livro A Euforia Perpétua, a depressão é o mal de uma sociedade que decidiu ser feliz a todo preço. Muitos de nós estão fazendo força demais para demonstrar felicidade aos outros e sofrendo por dentro por causa disso. Felicidade está virando um peso, uma fonte terrível de ansiedade.
Diante tudo isso, precisamos entender e aceitar que ser infeliz também é preciso. Ao encarar o sofrimento, a infelicidade de frente e identificar todas as suas causas, você dará um passo muito importante no caminho do autoconhecimento. São esses momentos infelizes que darão condições para você correr atrás da sua própria realização.
Não existem receitas de felicidade, nem um modelo que possamos dar aos outros, porém algo se repete na vida dos que se sentem felizes: eles são íntimos de si mesmos, ou seja, conhecem os próprios anseios e são fiéis a eles. E para isso, não existe outro caminho que não seja o autoconhecimento. É a partir dele que será possível identificar nossas vontades, nossos limites e tudo que faz o nosso coração vibrar verdadeiramente.
Todos aqueles que saem à procura da felicidade ou esperam a alegria chegar como uma encomenda, ainda não se deram conta de que a felicidade não reside em um lugar que não seja dentro de cada um, enquanto a alegria não está agendada para o depois que não se faça agora.
Respire. Entre em contato com você mesmo, estabeleça essa conexão. Sinta e descubra o que verdadeiramente te move. Assim como uma praia é feita de minúsculos grãos de areia, a felicidade pode ser formada da união de pequenas coisas.
Pense nisso!