Não estamos mais vivendo no mundo, estamos vivendo em nossa cabeça

Ao praticar o silêncio, você consegue por os pensamentos de lado e desta forma você consegue abrir a porta para seu interior, consegue mover-se para dentro de si e encontrar sua própria inspiração.

Quando não estamos apenas pensando, e sim perdidos no pensamento, nós ultrapassamos o ponto de virada: não estamos mais vivendo no mundo, estamos vivendo em nossa cabeça. A mente quer entender, quer uma resposta racional para tudo, porém algumas respostas não podem ser obtidas pela mente. Podemos estudar as teorias do amor, mas só sabemos o que é o amor quando sentimos o amor. O conhecimento é o mapa. A experiência é o território real.

Quando estamos dispersos, estamos em outro lugar que pode ser bem longe da realidade presente a nossa volta. Pensar por si só não é um problema, pensar torna-se problema quando estamos perdidos no pensamento e entramos num mundo que nos desconecta da realidade da vida. O que fazer então?

Não é possível parar de pensar apenas desejando parar de pensar ou dizendo para mente parar de pensar. Na verdade, nosso objetivo nem é parar de pensar. Estamos sugerindo que você aprenda a se conectar e viver a realidade e aprender com ela. Ou seja, é preciso experenciar para trazer um verdadeiro aprendizado para você. Ao invés de pensar sobre algo, podemos nos sintonizar diretamente com algo. Ter a experiência direta ou invés de divagar sobre a experiência. Quando uma pessoa fala para você que tem um filme muito bom no cinema, o mais engraçado é que mesmo sem você ter visto o filme é capaz de dizer a outra pessoa que tem um filme muito bom no cinema, mesmo se você ter visto o filme. Ainda tem mais, depois que você ver o filme, você nem gosta tanto dele assim. O que acontece aqui é bem claro. O que pode ser bom para um, não necessariamente é bom para outro. E você já estava falando do filme, sem nem ter vivido a experiência de assistir ao mesmo.

Através dos pensamentos conhecemos indiretamente algo sobre uma experiência. Enquanto no modo de atenção pela podemos descobrir outro tipo de conhecimento. A Experiência direta proporciona que possamos entrar em contato com os sentimentos em relação ao que está acontecendo e está conscientização se torna o próprio conhecimento.

Podemos planejar uma viagem, pegar dica com alguns amigos e até ver fotos de uma determinada cidade ou ponto turístico, trilha, etc. Fazer a viagem e estar presente nestes locais são experiências muito mais ricas e verdadeiras, são reais. Não é porque lemos ou sabemos de algo que verdadeiramente significa que aquilo é verdade para cada um de nós. Muitos vivem como um papagaio repetindo palavras, sem nunca ter vivido nada relacionado a ela. A sugestão de viver a experiência direta é que você possa falar a partir da sua experiência e não através dos seus pensamentos.

Um remédio para muitas questões

Ao praticar o silêncio, você consegue por os pensamentos de lado e desta forma você consegue abrir a porta para seu interior, consegue mover-se para dentro de si e encontrar sua própria inspiração.

Apenas concentre-se em praticar a mindfulness. Esqueça por um momento seus problemas e concentre-se em ficar um momento em silêncio. Quando mais fundo você for, mas a verdade surgira e o que não é verdade, cairá.

Se você conseguir escutar estas palavras, tudo pode ganhar um novo sentido. A Maioria de nós pode ouvir, mas poucos consegue escutar de verdade. Ouvir é um fenômeno físico que pode ser compensado inclusive por equipamentos eletrônicos quando você esta perdendo um pouco desta capacidade. Ouvir é relativamente simples e quem tem ouvidos tem a capacidade de ouvir, mas escutar é completamente diferente. Você pode ouvir uma pessoa falando, mas será que você está realmente escutando ela?

Escutar significa que quando você está ouvindo você está apenas ouvindo e nada mais. Não há outros pensamentos ou julgamentos em sua mente. O que quer que esteja sendo ouvido pode alcançar diretamente sua mente. Não sofre interferência por sua interpretação ou preconceitos. Não é distorcido pelo que acontece dentro de você enquanto alguém fala algo. Perceba que é diferente ouvir a mesma coisa quando você está com muita raiva de que quando você está calmo. Dependendo de seu estado interior, você está ouvindo tudo de forma distorcida ao invés de estar apenas escutando diretamente o que está acontecendo.

Perceba que normalmente enquanto ouve algo, sua cabeça está preenchida por outros pensamentos. Não são apenas pensamentos, mas um estilo mental. Sempre estamos tentando buscar uma resposta a situação. Muitas vezes antes de alguém terminar uma frase, na sua mente, você já tem uma resposta para dar a pessoa, mesmo que ela ainda não tenha se expressado totalmente. Focamos nossa atenção em termos a resposta ao invés de escutar e realmente viver a experiência.

Semelhantemente você pode aprender algo sem expectativa, apenas focado na experiência, sem projetar na experiência qualquer esperança ou receio. Assim você amplia sua capacidade de aprender e depois pode escolher como deseja usar esta capacidade que adquiriu. Você pode usar uma bicicleta para ir ao trabalho, para passear com os amigos ou até tornar-se um atleta. Mas a capacidade básica de se manter na sela é igual para todos. Então mesmo que alguém nos ensine a andar de bicicleta, nós decidimos o que andar de bicicleta significa para nós, como usar e o que serve melhor para nosso estilo de vida.

A ciência já comprovou que o que fazemos com a mente, interfere diretamente em nosso corpo. Atualmente muitos neurocientistas se dedicam ao estudo da conexão mente e corpo, para conhecer suas correlação e efeitos mais profundos. Já sabemos que a prática de mindfulness, mesmo em quem nunca teve experiências anterior com meditação, provoca mudanças biológicas em todo nosso corpo físico. Um programa de 8 semanas também pode provocar mudanças bastante significativa nos padrões de ativação e na estrutura física do cérebro.

É muito importante ressaltar que da mesma forma que você não pode matar sua fome apenas lendo uma receita ou um cardápio em um restaurante, semelhante a isto, você não poder ter qualquer dos benefícios sem praticar. Para matar a fome é preciso comer, para experenciar os benefícios é preciso praticar. Da mesma forma que uma atividade física pode fortalecer nosso corpo e trazer mudanças físicas para o mesmo, a prática de mindfulness pode mudar seus hábitos, pensamentos, seu cérebro e até mesmo os cromossomo e as células em seu corpo.

Unificando o corpo e a mente

Agora vamos entender porque é importante unificar o corpo e a mente.

Quando o corpo e a mente se tornam um, podemos estar presentes no lar do aqui e agora, de corpo e alma para o que estiver acontecendo conosco e com o mundo a nossa volta. Ao ver o mundo no momento presente, como ele realmente é, sem estarmos projetando o passado ou com medo do futuro, começamos a gerar a energia da paz, alegria e felicidade momento a momento. Apensa conectados com o nosso corpo, podemos senti-lo, reconhece-lo e cuidar dele. Tomar um tempo para reconectar com nosso corpo é uma prática muito poderosa que nos permite sentir como estamos no momento presente. Normalmente só percebemos algumas dores quando as mesmas se tornam crônicas e as vezes já é tarde de mais para reverter a mesma por métodos simples.

Sentir o nosso corpo e perceber os nossos sentimentos do momento presente, é algo profundo e libertador. Esta simples prática pode nos ajudar a perceber que estamos tomando decisões com raiva do passado ou com medo da incerteza do futuro. Estando presente podemos nos libertar da prisão destes sentimentos e pensamentos destruidores, podemos alcançar uma liberdade mais profunda que nos permite ter mais possibilidades sobre as escolhas que precisamos fazer.

As vezes é possível, em apenas algumas poucas respirações ou em curto período de silêncio, acalmar nossos pensamentos e sentimentos para analisar a situação como ela verdadeiramente é naquele momento. Quando você consegue acalmar a mente, você consegue ver as maravilhas da vida ao seu redor. Pense como é bom contemplar uma linda lua ou o nascer do sol, olhar para um lindo pássaro ou ouvir o barulho de um rio, olhar para as estrelas. Com a mente agitada ou distraída perceber estas coisas é uma tarefa quase impossível. Estas maravilhas só se tornam disponíveis quando você unifica corpo e mente e se estabelece no momento presente.

A maioria das pessoas “comuns” ao acordar já tem muitos compromissos a cumprir. Já se conecta com o celular, redes sociais e e-mail, muitas vezes antes de sair da própria cama. Em poucos minutos “acordado” já está pensando em várias possibilidades do dia, com quem vai se reunir, as obrigações que tem que fazer e os problemas que precisa resolver. Dentro deste contexto dificilmente ela consegue um tempo para ela. Uma das sugestões para o sucesso na prática de mindfulness é que você possa ter um espaço na sua agenda para se comprometer com você. Se você não tem um espaço para você mesmo, quem vai ter? Ao invés de desejar que alguém cuide de você, que tal fazer sua parte e também cuidar de você mesmo?

Algumas pessoas se preocupam com o corpo físico e praticam atividades físicas ou vão para academia, mas a maioria não se preocupa com seu estado emocional ou com seus pensamentos e só procuram ajuda de um profissional quando as coisas já passaram do limite e provavelmente a depressão já está em um grau muito crítico. Muitos apenas dão atenção para sua mente, quando o estado é alarmante ou crônico. Praticar a meditação é uma forma de dar manutenção em nosso estado mental, é cultivar a paz mental é um exercício que nos proporcionar alegria e felicidade sem causa. É uma forma de termos um tempo para estarmos com nós mesmos e cuidarmos de nós mesmos, uma forma de nos ouvirmos profundamente e conhecermos para onde nossos pensamentos nos levam. Se tivéssemos um balão feito os das revistinhas em nossas cabeças e todos pudessem ver nossos pensamentos, talvez nós teríamos mais cuidado com o que pensamos. E ao invés de nos preocuparmos apenas com o corpo, poderíamos compreender que corpo e mente são apenas um e precisam estar alinhados como um conjunto que não pode viver separados. Uma mente sem um corpo não faz muito sentido, da mesma forma que um corpo sem uma mente saudável, não está completo.

Por que você não consegue meditar?

Vamos ver um comportamento muito importante que nos explica porque muitas pessoas não conseguem meditar.

Este comportamento é: Lembrar e esquecer!

Começamos a meditar com foco em acompanharmos nossa respiração, mas normalmente e principalmente no início, nos perdemos pelo meio do caminho.

É muito comum acontecer isso com todos e em muitos contextos. Não apenas com o da meditação, mas de forma geral, nos distraímos e perdemos o foco do que desejamos fazer. Existem 3 coisas básicas que queria compartilhar com vocês relacionado a isso: É a Intenção, Atenção e Atitude.

Vamos lá:

Recebemos uma instrução, por exemplo: acompanhe a respiração.

E a maioria das pessoas, se tiverem realmente interessados nisso, vão tentar fazer isso “direito”!

É muito natural acharmos que existem maneiras certas e erradas de fazer as coisas. Assim sendo, ao receber uma instrução, como acompanhe a respiração, é natural achar que existe uma maneira certa de fazer isso. Se você conseguir acompanhar a respiração, você está fazendo certo e sempre que divagar ou desconcentrar, você está fazendo errado. Compreende isso? Normalmente não nos sentimos assim?

Ok, isso é normal. Muitos passam por isso em muitas áreas diferentes. O que acontece com quase todas as pessoas quando elas se envolvem em algo é que a atenção se perde em uma jornada própria.

1 passo: Você se esquece e se lembrar de sua intenção!

Você decide acompanhar sua respiração por apenas 5 minutos e logo se esquece de fazer isso. Você se afasta desta intensão e começa a usar a oportunidade de alguns momentos tranquilos para planejar um pouco. Você aproveita para rever sua lista de coisas para fazer e aproveita para ensaiar, mentalmente, tudo o que precisa executar hoje ou amanha, ou até no próximo mês. Você se perde nisso por alguns momentos e depois se lembra que pretendia meditar. Então põe a lista de lado e volta para a respiração.

Um pouco depois, você se esquece desta intensão novamente e começa a ter um pequeno sonho. “ummmm… se eu ganhar na loteria… se seu ganhasse na loteria…. Como gastaria meu dinheiro?”. Você sonha por algum tempo e depois de algum tempo lembra da intensão, para de sonhar e retorna a ela.

Em seguida você pode esquecer mais uma vez sua intensão e começa a cochilar. Você se acomoda no cochilo e permanece assim por alguns instantes, depois volta a se lembrar da sua intensão, se endireita e retorna a meditação.

Você se esquece, repetidamente, da sua intensão de meditar.

2 passo: Você se esquece e se lembra de prestar atenção!

Você decide prestar atenção em sua respiração, mas logo depois outra coisa acontece e desvia seu foco. Talvez um ruído externo ao local que você está meditando. Isso capta a sua atenção, e você começa a se perguntar o que terá causado o ruído. O que ele significa? Etc…

Talvez passe um caminho do corpo de bombeiro e você começa a se perguntar onde é o incêndio. Até que você lembra de prestar atenção a sua respiração e coloca a atenção de volta.

Pode surgir uma dor ou desconforto na sua postura e mais uma vez você esquece da respiração e sua atenção se concentra na dor. Talvez você se pergunte: por que minhas costas estão doendo? Será que foi porque carreguei aquele peso ontem? Ou foi porque dormi de mal jeito? Então você se lembra da sua respiração e traz a atenção de volta.

Você se esquece e se lembra de prestar atenção a sua respiração repetidamente.

3 passo: Você se esquece e se lembra da atitude!

Você começa com a intenção de levar sua atenção para respiração com uma atitude amável e curiosa. No entanto logo se esquece desta atitude.

Sua mente não para de divagar e você começa a ficar irritado consigo mesmo. Começa a reclamar dos barulhos lá fora, começar a falar que é impossível meditar ou fazer qualquer coisa em silêncio. Você fica indignado com você mesmo por não estar conseguindo e se lembra da atitude de suavidade, amabilidade, curiosidade e aceitação. A tensão diminui e você começa a se acostumar com alguns barulhos e incômodos. Pouco depois surge alguma outra coisa ou até mesmo se você estiver ouvindo uma meditação guiada começa a te incomodar. Seja as instruções ou tom de voz do instrutor e você mais uma vez ficar irritado ou desconcentrado. Mas então se lembra da atitude amável e abandona a irritação para se acomodar na meditação.

Repetidamente você se esquece e se lembra da atitude que está procurando trazer para a meditação.

Concordam comigo que é mais ou menos assim quando desejamos fazer algo e nos dispersamos?

Eis o que é formidável e um grande milagre. Toda vez que você esquece, é uma oportunidade para se lembrar.

Cada vez que você se lembra é como se você estivesse fazendo pequenos ajustes nas vias neurais conectadas com a intensão prolongada. Atenção prolongada é uma atitude de gentileza e curiosidade.

Isso é o que pode ser chamado de neuroplasticidade. O segredo da neuroplasticidade é a repetição do comportamento ao longo do tempo. Se você fizer uma coisa uma única vez, isso pode não ter muito impacto no cérebro, mas se você fizer milhares de vezes, você começará a reestruturar seu cérebro.

A maioria das pessoas que realizam um programa de 8 semanas de mindfulness e cumprem os requisitos das práticas sugeridas, ou seja, realizam as atividades propostas, pegará sua mente divagando milhares de vezes. Isso significa milhares de oportunidade para se lembrar da intenção de prestar atenção com uma atitude de curiosidade delicada e amável.

Algumas pessoas dizem com frequência que não conseguem meditar que já tentaram e não tiveram sucesso. Que não conseguem parar seus pensamentos ou se concentrar na respiração ou qualquer outra coisa. Espero que, agora, você entenda que a questão é apenas notar e focar, notar e focar, repetidamente. Cada esquecimento é uma nova oportunidade de treinar e focar.

Ao fazer estes exercícios repetidamente, gradualmente você desenvolve músculos mental e emocional. Cada vez que você realiza estes exercícios você cultiva a atenção plena e outras qualidades da consciência.

O Processo envolve mais conscientização dos pensamentos do que a interrupção deles. Quanto mais você estiver consciente do que se passa na sua mente a cada momento, mais consciente de seus pensamentos, sentimentos, sensações e impulsos, gradualmente mais oportunidade de escolhas você vai ter com relação a eles. Não se trata de parar os pensamentos, o foco é deixa-los passar e apenas observar como nuvens no céu.

Neurociência: A Meditação Muda o Cérebro

Sara Lazar, neurocientista do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School, foi uma das primeiras cientistas a analisar os efeitos da meditação no cérebro. O que ela encontrou a surpreendeu – que a meditação pode literalmente mudar seu cérebro. Ela explica:

Q: Por que você começou a pesquisar sobre meditação e os efeitos da prática no cérebro?

Lazar: Um amigo e eu estávamos treinando para a maratona de Boston. Eu tive algumas lesões na corrida, então fui a um fisioterapeuta que me disse para parar de correr e começar a me alongar. Então eu comecei a praticar yoga como uma forma de terapia física. Eu comecei a perceber que era algo muito poderoso, que tinha benefícios reais, então fiquei interessada em saber como aquilo funcionava.

O professor de yoga fez todos os tipos de alegações, que a ioga iria aumentar sua compaixão e abrir seu coração. E eu pensava: ‘Sim, sim, sim, eu estou aqui para alongar.” Mas eu comecei a perceber que eu estava mais calma. Eu era mais capaz de lidar com situações mais difíceis. Eu estava mais compassiva e de coração aberto, e capaz de ver as coisas do ponto de vista dos outros.

Eu pensei, talvez fosse apenas efeito placebo. Mas então eu fiz uma pesquisa bibliográfica da ciência e vi evidências de que a meditação estava sendo associada com diminuição do estresse, diminuição da depressão, ansiedade, dor e insônia, e um aumento da qualidade de vida.

Nesse ponto, eu estava fazendo meu PhD em biologia molecular. Então, eu mudei e comecei a fazer esta pesquisa como um pós-doutorado.

Q: Como você fez a pesquisa?

Lazar: O primeiro estudo analisou os meditadores experientes versus um grupo de controle. Descobrimos que os meditadores experientes têm uma maior quantidade de matéria cinzenta na ínsula e regiões sensoriais do córtex auditivo, e sensorial. O que faz sentido. Quando você está consciente, você está prestando atenção à sua respiração, aos sons, à experiência do momento presente, e reduzindo a cognição, seus sentidos ficam mais aguçados.

Também descobrimos que tinham mais matéria cinzenta no córtex frontal, que está associada com memória de trabalho e tomada de decisões executivas.

É bem documentado que nosso córtex encolhe à medida que envelhecemos – é mais difícil de entender as coisas e lembrar coisas. Mas nesta região do córtex pré-frontal, meditadores com 50 anos de idade apresentaram a mesma quantidade de matéria cinzenta de jovens de 25 anos.

Pegamos pessoas que nunca tinham meditado antes, e as colocamos em um grupo de um programa de redução de estresse baseada em práticas meditativas de atenção plena com duração de 8 semanas.

Q: O que descobriram?

Lazar: Encontramos diferenças no volume cerebral após oito semanas em cinco regiões diferentes nos cérebros nos dois grupos. No grupo que aprendeu meditação, encontramos espessamento em quatro regiões:

 

1. A diferença principal, encontramos no cingulado posterior, que está envolvido em divagações mentais, e auto relevância.

2. O hipocampo esquerdo, que auxilia na aprendizagem, cognição, memória e regulação emocional.

3. A junção temporo parietal, ou TPJ, que está associado com a tomada de perspectiva, empatia e compaixão.

4. Uma área da haste do cérebro chamada de Pons, onde uma grande quantidade de neurotransmissores reguladoras são produzidos.

A amígdala, a parte de lutar ou fugir do cérebro que é responsável pela a ansiedade, medo e estresse em geral. Essa área diminuiu de tamanho no grupo que passou pelo programa de redução de estresse baseado em meditação de atenção plena.

A mudança na amígdala também se correlacionou com uma redução nos níveis de stress.

Q: Então, quanto tempo é que alguém tem que meditar antes de começar a ver mudanças em seu cérebro?

Lazar: Nossos dados mostram mudanças no cérebro após apenas oito semanas.

Em um programa de redução de estresse baseado na meditação de atenção plena, nossos participantes faziam uma aula semanal. Eles receberam uma gravação e foi dito para que praticassem por 40 minutos por dia em casa. E é isso.

Q: Então, 40 minutos por dia?

Lazar: Bem, foi altamente variável no estudo. Algumas pessoas praticavam 40 minutos praticamente todos os dias. Algumas pessoas praticavam menos. Alguns apenas um par de vezes por semana.

Em meu estudo, a média foi de 27 minutos por dia. Ou cerca de meia hora por dia.

Q: Dado o que sabemos a partir da ciência, o que você incentiva os leitores a fazer?

Lazar: Meditação é como exercício. É uma forma de exercício mental, treino da mente, realmente. E assim como o exercício aumenta a saúde, ajuda-nos a lidar com o estresse melhor e promove a longevidade, meditação pretende conferir alguns desses mesmos benefícios. Mas, cientificamente, ainda é cedo para tentar descobrir o que a prática pode ou não pode proporcionar.

Parece ser benéfico para a maior parte das pessoas. A coisa mais importante se você quer tentar, é: encontrar um bom professor. Porque é simples, mas também complexo. Você tem que entender o que está acontecendo em sua mente. Um bom professor é fundamental.

Q: Você medita? E você tem um professor?

Lazar: Sim e sim.

Q: Que diferença isso fez na sua vida?

Lazar: Eu venho praticando há 20 anos, por isso teve uma influência muito profunda em minha vida. É muito fundamental. Estresse foi reduzido, me ajuda a pensar com mais clareza. É ótimo para relações interpessoais. Eu tenho mais empatia e compaixão pelas pessoas.

Via Washington Post e Lojong

Por Sara Lazar

 

Sara Lazar, neurocientista do Hospital Geral de Massachusetts e da Escola de Medicina de Harvard, foi uma das primeiras cientistas a atender às reivindicações de estudo sobre os benefícios da meditação e mindfulness e a testá-los em imagens do cérebro.

Pesquisadores estudam como a meditação muda o cérebro em pacientes deprimidos

Em 2015, 16,1 milhões de americanos relataram ter sofrido uma depressão grave durante o ano anterior, muitas vezes lutando para funcionar enquanto lutavam contra a escuridão e o desespero.

Há um arsenal de tratamentos disponíveis, incluindo psicoterapia e medicamentos antidepressivos, mas o que é deprimente em si é que eles não funcionam para todos os pacientes.

“Muitas pessoas não respondem às intervenções da linha de frente”, disse Benjamin Shapero , professor de psiquiatria da Harvard Medical School (HMS) e psicólogo do Programa de Pesquisa Clínica e Depressão do Hospital Geral de Massachusetts (MGH) . “A terapia comportamental cognitiva individual é útil para muitas pessoas; medicamentos antidepressivos ajudam muitas pessoas. Mas também é o caso de muitas pessoas não se beneficiarem delas também. Há uma grande necessidade de abordagens alternativas ”.

Shapero está trabalhando com Gaëlle Desbordes , instrutora em radiologia na HMS e neurocientista do Centro Martinos de Imagem Biomédica do MGH , para explorar uma abordagem alternativa: a meditação Mindfulness.

Nas últimas décadas, o interesse público pela prática Mindfulness disparou. Paralelamente, e talvez alimentando, a crescente aceitação popular tem aumentado a atenção científica. O número de ensaios clínicos randomizados controlados – o padrão-ouro para o estudo clínico – envolvendo o Mindfulness saltou de um no período de 1995‒1997 para 11 de 2004‒2006, para impressionantes 216 de 2013‒2015, de acordo com um artigo recente resumindo dados científicos. descobertas sobre o assunto.

Estudos mostraram benefícios contra uma série de condições tanto físicas como mentais, incluindo síndrome do intestino irritável, fibromialgia, psoríase, ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Mas algumas dessas descobertas foram questionadas porque os estudos tinham amostras pequenas ou desenhos experimentais problemáticos. Ainda assim, há um punhado de áreas-chave – incluindo depressão, dor crônica e ansiedade – nas quais estudos bem planejados e bem administrados mostraram benefícios para os pacientes em um programa de Mindfulness, com efeitos semelhantes aos de outros tratamentos existentes.

“Existem algumas aplicações em que a evidência é acreditável. Mas os efeitos não são de forma alguma devastadores ”, disse Desbordes. “Estamos falando de tamanho de efeito moderado, a par com outros tratamentos, não melhor. E então há um monte de outras coisas em estudo com evidências preliminares que são encorajadoras, mas de forma alguma conclusivas. Eu acho que é onde está. Não tenho certeza de que é exatamente assim que o público entende neste momento ”.

O interesse de Desbordes no tópico origina-se da experiência pessoal. Ela começou a meditar como estudante de pós-graduação em neurociência computacional na Universidade de Boston, buscando alívio do estresse e da frustração da vida acadêmica. Sua experiência a convenceu de que algo real estava acontecendo com ela e levou-a a estudar o assunto mais de perto, na esperança de derramar luz suficiente para sustentar a terapia que poderia ajudar os outros.

“Meu próprio interesse vem de ter praticado essas [técnicas de meditação] e as achei benéficas, pessoalmente. Então, sendo um cientista, perguntando ‘Como isso funciona? O que isso está fazendo comigo? e querendo entender os mecanismos para ver se pode ajudar os outros ”, disse Desbordes. “Se quisermos que isso se torne uma terapia ou algo oferecido na comunidade, precisamos demonstrar [seus benefícios] cientificamente”.

A pesquisa de Desbordes usa ressonância magnética funcional (fMRI), que não só tira fotos do cérebro, como uma ressonância magnética regular, mas também registra a atividade cerebral que ocorre durante a varredura. Em 2012, ela demonstrou que mudanças na atividade cerebral em indivíduos que aprenderam a meditar mantêm-se firmes mesmo quando não estão meditando. Desbordes fez exames de antes e depois de sujeitos que aprenderam a meditar ao longo de dois meses. Ela não os escaneou enquanto meditavam, mas enquanto realizavam tarefas cotidianas. Os exames ainda detectaram mudanças nos padrões de ativação cerebral dos indivíduos desde o início até o final do estudo, a primeira vez que essa mudança – em uma parte do cérebro chamada amígdala – foi detectada.

RM funcional (esquerda) mostrando ativação na amígdala quando os participantes estavam assistindo imagens com conteúdo emocional antes de aprender meditação. Após oito semanas de treinamento em meditação de atenção consciente (direita), observe que a amígdala é menos ativada após o treinamento de meditação. Cortesia de Gaelle Desbordes

Em seu trabalho atual, ela está explorando os efeitos da meditação nos cérebros de pacientes clinicamente deprimidos, um grupo para o qual estudos mostraram que a meditação é eficaz. Trabalhando com pacientes selecionados e selecionados por Shapero, Desbordes está realizando exames de ressonância magnética funcional antes e depois de um programa de oito semanas de Mindfulness

Durante as varreduras, os participantes completam dois testes, um que os encoraja a se tornarem mais conscientes de seus corpos, concentrando-se em seus batimentos cardíacos (um exercício relacionado à meditação mindfulness) e o outro pedindo-lhes para refletir sobre frases comuns na auto-vibração pacientes deprimidos, como “eu sou um perdedor”, ou “eu não posso continuar”. Depois de uma série de tais comentários, os participantes são solicitados a parar de ruminar as frases e os pensamentos que desencadeiam. Os pesquisadores medem a rapidez com que os sujeitos podem se desvencilhar dos pensamentos negativos, normalmente uma tarefa difícil para os deprimidos.

Desbordes faz parte de uma comunidade de pesquisadores de Harvard e de suas instituições afiliadas que, nas últimas décadas, tem revelado se e como a meditação funciona.

Outros pesquisadores do MGH também estão estudando os efeitos da meditação no corpo, incluindo Sara Lazar, que em 2012 usou fMRI para mostrar que os cérebros dos sujeitos se tornaram mais espessos após um curso de meditação de oito semanas. O trabalho está em andamento no Instituto Benson-Henry do MGH ; no HMS e no Centro Osher de Medicina Integrativa de Brigham e Women’s Hospital ; na Cambridge Health Alliance, afiliada a Harvard, onde Zev Schuman-Olivier dirige o Center for Mindfulness and Compassion ; e entre um grupo de quase uma dúzia de investigadores em Harvard e outras instituições nordestinas, incluindo Desbordes e Lazar, que estão colaborando através do Mindfulness Research Collaborative .

Entre os desafios que os pesquisadores enfrentam está a definição do Mindfulness em si. A palavra veio descrever uma prática baseada na meditação cujo objetivo é aumentar o sentido de estar no presente, mas também tem sido usado para descrever um estado não-democrático no qual os sujeitos deixam de lado suas distrações mentais para prestar mais atenção ao aqui e agora, como no trabalho da psicóloga de Harvard Ellen Langer.

Outro desafio envolve a triagem das muitas variações da prática meditativa.

A exploração científica recente concentrou-se principalmente na prática secular da meditação mindfulness, mas a meditação também é um componente de várias tradições religiosas antigas, com variações. Mesmo dentro da comunidade praticando meditação mindfulness, há variações que podem ser cientificamente significativas, como quantas vezes meditamos e por quanto tempo as sessões são. A própria Desbordes tem interesse em uma variação chamada meditação da compaixão, cujo objetivo é aumentar o cuidado com as pessoas à nossa volta.

Em meio a essa variação, um curso de oito semanas de redução do estresse baseado em mindfulness, desenvolvido na década de 1970 por Jon Kabat-Zinn, no Centro Médico da Universidade de Massachusetts, tornou-se uma espécie de padrão clínico e científico. O curso envolve sessões de treinamento em grupos semanais de duas ou duas horas e meia, 45 minutos de trabalho diário por conta própria e um retiro de um dia. A terapia cognitiva baseada na atenção plena usada no trabalho atual de Desbordes é uma variação desse programa e incorpora elementos da terapia cognitivo-comportamental, que envolve a terapia da fala eficaz no tratamento da depressão.

Em última análise, Desbordes disse que está interessada em provocar apenas que, a meditação mindfulness, pode funcionar contra a depressão. Se os pesquisadores puderem identificar quais elementos são eficazes, a terapia pode ser refinada para ter mais sucesso. Shapero também está interessado em usar o estudo para refinar o tratamento. Como alguns pacientes se beneficiam da meditação da atenção plena e outros não, ele gostaria de entender melhor como diferenciar os dois.

“Uma vez que sabemos quais ingredientes são bem-sucedidos, podemos fazer mais disso e menos, talvez, das partes que são menos eficazes”, disse Desbordes.

Fonte: harvard.edu

Com Mindfulness, vivemos a vida no momento presente

Aqueles que aprendem as técnicas costumam dizer que sentem menos estresse…

Em uma noite fria de inverno, seis mulheres e dois homens sentaram-se em silêncio em um escritório perto da Harvard Square, praticando a meditação Mindfulness.

Sentados, de olhos fechados, com as palmas das mãos apoiadas no colo, os pés apoiados no chão, ouviram enquanto a instrutora Suzanne Westbrook os guiava para se concentrar no presente, prestando atenção às sensações corporais, pensamentos, emoções e especialmente a respiração.

“Nossa mente vagueia o tempo todo, seja revisando o passado ou planejando o futuro”, disse Westbrook, que antes de se aposentar em junho passado era um médico de medicina interna que cuidava de estudantes de Harvard. “A atenção plena ensina a habilidade de prestar atenção ao presente percebendo quando sua mente se desvia. Volte para a sua respiração. É um lugar onde podemos descansar e acalmar nossas mentes.

A aula que ela ensinou fazia parte de um programa de oito semanas destinado a reduzir o estresse.

Estudos dizem que oito entre 10 americanos experimentam estresse em suas vidas diárias e têm dificuldade em relaxar seus corpos e acalmar suas mentes, o que os coloca em alto risco de doenças cardíacas, derrame e outras doenças. Da miríade de ofertas destinadas a combater o estresse, do exercício à ioga e à meditação, a meditação da atenção plena se tornou a mercadoria mais quente no universo do bem-estar.

Modelado após o programa Mindfulness-Based Stress Reduction, criado em 1979 por Jon Kabat-Zinn para ajudar a combater o estresse, a dor crônica e outras doenças, os cursos de mindfulness podem ser encontrados em locais que vão de escolas a prisões e equipes esportivas . Até mesmo o Exército dos EUA adotou recentemente para “melhorar a resiliência militar”.

Harvard oferece várias aulas de mindfulness e meditação, incluindo um retiro de férias de primavera realizado em março para estudantes através do Center for Wellness e Health Promotion . O Escritório do Trabalho / Vida oferece programas para gerentes e funcionários, bem como sessões semanais de meditação no campus, recursos de meditação guiada on-line e até mesmo uma linha telefônica de meditação.

“Fomos encarregados de encontrar maneiras para a comunidade lidar com o estresse. E, ao mesmo tempo, muita pesquisa foi lançada sobre os benefícios da atenção plena e da meditação ”, disse Jeanne Mahon, diretora do centro de bem-estar. “Continuamos oferecendo mindfulness e meditação por causa do feedback. As pessoas apreciam ter a chance de auto-reflexão e aprender sobre novas maneiras de se relacionar consigo mesmas. ”

Mais de 750 estudantes participaram de programas de mindfulness e meditação desde 2012, disse Mahon.

Parte do apelo da atenção plena está no fato de ser secular. Os monges budistas usaram exercícios de atenção plena como formas de meditação por mais de 2.600 anos, vendo-os como um dos caminhos para a iluminação. Mas no programa Mindfulness-Based Stress Reduction, mindfulness é despojado de conotações religiosas.

Mark Dennis (da esquerda), Kelly Romirowsky e Ayesha Hood praticam meditação. Metta McGarvey (não ilustrado) ensina a prática da atenção plena, uma oficina para educadores dentro do Centro de Conferências Gutman. Kris Snibbe / Harvard Staff Photographer.

A popularidade da conscientização foi reforçada por um crescente corpo de pesquisas mostrando que ela reduz o estresse e a ansiedade, melhora a atenção e a memória e promove a autorregulação e a empatia. Há alguns anos, um estudo de Sara Lazar , neurocientista e professora assistente de psicologia na Harvard Medical School (HMS) e assistente de pesquisa em psiquiatria no Massachusetts General Hospital, foi o primeiro a documentar que a meditação mindfulness pode mudar a massa cinzenta do cérebro. regiões cerebrais ligadas à memória, ao sentido do self e à regulação das emoções. Uma nova pesquisa feita por Benjamin Shapero e Gaëlle Desbordes está explorando como a atenção plena pode ajudar a depressão .

O pioneiro da pesquisa científica sobre meditação, Herbert Benson , exaltou seus benefícios no corpo humano – redução da pressão arterial, frequência cardíaca e atividade cerebral – em 1975. Ele ajudou a desmistificar a meditação chamando-a de “resposta de relaxamento”. Benson é diretor emérito do Instituto Benson-Henry para Medicina do Corpo Mental no Massachusetts General Hospital e Mind / Body Medicine Distinguished Professor of Medicine na HMS.

Na década de 1980, a atenção ainda não se tornara um termo da moda, lembra Paul Fulton, um psicólogo clínico que pratica o Zen e a meditação de insight (vipassana) há mais de 40 anos. Em meados da década de 1980, quando ele estava trabalhando em sua tese de doutorado sobre a natureza do “eu” entre os monges budistas, falar de atenção plena em um contexto médico entre os cientistas era “desonroso”, lembrou ele.

“Gradualmente, por causa da pesquisa, tornou-se chique, não mais desonroso”, disse Fulton, professor de psicologia do Departamento de Psiquiatria da HMS e co-fundador do Instituto de Meditação e Psicoterapia . “E agora você não pode pisar fora da casa sem ser atacado pela atenção plena.”

Melanie Denham, treinadora da equipe de rúgbi feminino de Harvard, participou recentemente de uma oficina de mindfulness, intrigada com a idéia de incorporar as técnicas ao regime de treinamento de seus jogadores para ajudá-las a lidar com as pressões de “expectativa e desempenho”.

“Dentro e fora da sala de aula, esses estudantes-atletas estão imersos em uma cultura altamente competitiva”, disse Denham. “Isso é estressante. Esse tipo de treinamento pode desenvolver uma mente mais habilidosa e um senso de foco e bem-estar que pode ajudá-los a manter melhor o controle e a consciência de seus pensamentos, emoções e presença no momento. ”

O crescente interesse no campo se reflete no catálogo de cursos de Harvard. Nesta primavera, Lazar está ensinando “Neurociência Cognitiva da Meditação”, Ezer Vierba conduz um curso de calouros expositivo sobre “Budismo, Atenção Plena e Mente Prática”, e Metta McGarvey ensina “Atenção Plena para Educadores” na Escola de Pós – Graduação em Educação .

Devido à alta demanda, McGarvey, doutora em desenvolvimento humano e psicologia, ministra um workshop de três dias para educadores. Oferece ferramentas para aprimorar seu trabalho e seu foco por meio de práticas de respiração e exercícios de autocompaixão.

“Muitos deles estão trabalhando em ambientes realmente difíceis, com todos os tipos de pressão”, disse McGarvey. “As taxas de burnout em alguns dos ambientes mais desafiadores são muito altas”.

Ayesha Hood, um policial de Baltimore que está interessado em administrar uma creche, compareceu à oficina da McGarvey no outono passado e achou útil. “Como policial, eu vivo em alta tensão e, como funcionário público, tenho tendência a me negligenciar”, disse ela. “Eu quero me acalmar e estar consciente sobre isso.”

Christine O’Shaughnessy , ex-executiva de banco de investimentos que conduziu workshops em Harvard, disse: “O dia todo somos bombardeados com mídias sociais, colegas, trabalho, crianças, etc. Não temos tempo para gastá-lo em reflexões silenciosas. Mas se você praticar pelo menos uma vez por dia, terá um dia melhor. ”

Para os céticos que ainda veem mindfulness como um hippie-poppycock, O’Shaughnessy tem quatro palavras: “Experimente”. Quando ela se inscreveu para um workshop de atenção plena em 1999, ela disse que também era cética. Mas uma vez que ela percebeu que estava ficando mais calma e menos estressada, ela se converteu. Ela finalmente largou o emprego e se tornou uma instrutora de mindfulness. (Ela lançou recentemente um aplicativo de meditação gratuito .)

“Fazer mindfulness é como uma rotina de exercícios para o cérebro”, disse ela. “Isso mantém o seu cérebro saudável”.

Praticantes de mindfulness admitem que a prática pode oferecer desafios. Requer consistência porque seus efeitos podem ser mais bem percebidos ao longo do tempo e disciplina para treinar a mente errante a continuar voltando ao presente, sem julgamento. Um estudo de 2014 disse que muitas pessoas preferem aplicar eletrochoques a si mesmas do que ficar sozinha com seus pensamentos. Outro estudo mostrou que a maioria das pessoas acha difícil se concentrar no presente e que a perambulação da mente pode levar ao estresse e até ao sofrimento.

Apesar da crescente aceitação da atenção plena, muitas pessoas ainda pensam que a prática envolve esvaziar suas mentes, fazer mini-cochilos ou entrar em transe. Iniciantes muitas vezes adormecem, sentem-se desconfortáveis, lutam com pensamentos ou emoções difíceis e ficam entediados ou distraídos. Os adeptos recomendam praticar o processo em um grupo com um instrutor.

Após a sessão de treinamento liderada por Westbrook, uma participante disse que não conseguia parar de pensar sobre o que era para o jantar durante a prática de meditação; outros concordaram com a cabeça. Westbrook a tranquilizou, dizendo que a atenção plena não é sobre deter pensamentos ou emoções, mas sim notá-los sem julgamento. O mindfulness cria resiliência e consciência para ajudar as pessoas a aprenderem a subir e descer na vida e a viver vidas mais felizes e saudáveis, disse Westbrook, que, após ajudar a curar os corpos de milhares de pacientes em 36 anos como médico, planeja dedicar sua segunda carreira para cuidar dos espíritos e almas das pessoas, talvez como um capelão.

“A atenção plena não é sobre ser positiva o tempo todo ou um tipo de felicidade chiclete – la, la, la”, disse ela. “É sobre perceber o que acontece momento a momento, o fácil e o difícil, e o doloroso e o prazeroso. É sobre construir um músculo para estar presente e despertar em sua vida. ”

Fonte: harvard.edu

Mindfulness corporativo: Porque e como aplicar dentro das empresas?

Mindfulness e meditação fizeram incursões profundas no mundo corporativo. Os benefícios são comprovados, observa este artigo de opinião de Christian Greiser e Jan-Philipp Martini, do Boston Consulting Group.

Greiser é um sócio sênior, diretor administrativo e líder global da prática de operações da empresa que trabalha com líderes seniores em todo o mundo. Martini é um associado que oferece suporte a clientes em todo o mundo em transformações ágeis em toda a empresa.

Mercados voláteis, desafiando as demandas dos consumidores, e as interrupções tecnológicas resultantes da digitalização e da Indústria 4.0 estão produzindo taxas de mudança sem precedentes.

Em resposta, as empresas trabalharam para aumentar a agilidade organizacional, na esperança de promover a inovação e encurtar os ciclos de entrada no mercado. No entanto, as experiências organizacionais e o condicionamento sociológico geralmente impedem a verdadeira agilidade.

Como resultado, muitos desses esforços ficam aquém de seu objetivo de gerenciar a incerteza gerada pela mudança. Mas outro movimento – o Mindfulness – ajudará as empresas a superar esses desafios.

Mindfulness é uma ideia centenária que foi reinventada para enfrentar os desafios da nossa era digital. Em essência, mindfulness descreve um estado de estar presente no momento e deixar para trás a tendência de julgar.

Permite que se pare em meio ao influxo constante de estímulos e decida conscientemente como agir, em vez de reagir reflexivamente com padrões de comportamento arraigados. A atenção plena, portanto, é perfeitamente adequada para contrabalançar os desafios da era digital de sobrecarga de informações e constante distração.

Os benefícios da atenção plena são claros e comprovados. Os programas de conscientização ajudam os líderes e os funcionários a refletir de forma eficaz, concentrar-se nitidamente na tarefa, dominar os níveis máximos de estresse e recarregar rapidamente.

Em nível organizacional, a atenção plena reduz os dias de doença, aumenta a confiança na liderança e aumenta o engajamento dos funcionários. Além disso, a atenção ajuda a liberar todo o potencial das transformações digitais e ágeis. Novos processos e estruturas são apenas os pontos de partida para essas transformações.

Não surpreendentemente, o interesse em mindfulness está crescendo, especialmente entre os nativos digitais: na década passada, a taxa de aumento nas pesquisas do Google por mindfulness ultrapassou a de todas as buscas do Google por um fator de quatro. Além disso, anos de pesquisa científica e formas modernas de ensino aumentaram sua popularidade.

Agora, os aplicativos de mindfulness vêm pré-instalados em smartphones e tablets.

No entanto, integrar a atenção plena no contexto corporativo pode ser um desafio. Algumas empresas encontram céticos vocais; outros lutam com formas arraigadas de trabalhar.

Mesmo os líderes e funcionários que estão ansiosos para experimentar a atenção plena acham difícil começar. Para liberar o poder da atenção plena, as empresas terão que adotar uma nova abordagem corporativa.

Para apoiar seus esforços de agilidade, muitas empresas aplicaram soluções “cosméticas” da era digital, como hackatonas, reuniões ágeis (por exemplo, pequenas reuniões diárias para discutir progresso e obstáculos), novas técnicas de visualização e ferramentas de criatividade.

“Os programas de conscientização ajudam os líderes e os funcionários a refletirem de maneira eficaz, concentram-se nitidamente na tarefa, dominam os níveis máximos de estresse e recarregam rapidamente”.

No entanto, a maioria das empresas ainda não criou um ambiente que as prepare verdadeiramente para colher os frutos da agilidade. Muitas vezes, suas formas de trabalho foram moldadas por uma tradição de enfatizar a excelência funcional em detrimento da agilidade, bem como sistemas que favorecem a expertise sobre a mente aberta. Dois inibidores se destacam:

  • Resistência à mudança à medida que o ritmo da mudança aumenta, os funcionários terão que se adaptar continuamente às circunstâncias em evolução. Na maioria das organizações, no entanto, as formas de trabalho existentes deixam os funcionários despreparados para isso. Eles podem, portanto, responder com resistência reflexiva, um mecanismo de defesa para evitar o desconforto da incerteza psicológica. A política organizacional e a falta de comunicação sobre o propósito de fazer mudanças apenas fortalecem essa resistência.
  • Supervalorização de Expertise. Muitos funcionários pensam e interagem no trabalho, aplicando a expertise adquirida antes da era digital, quando a eficiência, e não a agilidade, era o objetivo principal. Tal abordagem encoraja a mente fechada.

Veja esse video, entenda melhor o que é o mindfulness:

https://www.youtube.com/watch?v=UGWZb-AddV0

Mindfulness facilita a navegação através da incerteza

A atenção plena permite que as pessoas fortaleçam radicalmente sua capacidade de se adaptar rapidamente a circunstâncias em evolução e situações ambíguas e aumentar a velocidade com que aprendem coisas novas. Cria agilidade mental e ajuda as pessoas a olhar para dentro e encontrar respostas.

Em seu recente livro, Altered Traits, Daniel Goleman, um psicólogo de Harvard, e Richard J. Davidson, neurocientista da Universidade de Wisconsin, fornecem uma visão científica dos benefícios da atenção pessoal.

Eles sintetizam três benefícios comprovados de mindfulness que, em combinação, permitem que as pessoas ajam de forma mais eficaz em ambientes imprevisíveis:

  • Permanecendo calmo e de mente aberta. Práticas de atenção plena, como a meditação respiratória, estão associadas a volumes diminuídos de substância cinzenta na amígdala, a região do cérebro que inicia uma resposta ao estresse. Isso reduz a inclinação para interpretar um ambiente incerto como uma ameaça e, assim, reagir defensivamente. Desta forma, a atenção plena melhora a agilidade mental, permitindo que as atitudes mudem de “mas sempre fizemos assim” para “vamos ver o que acontece se tentarmos uma nova abordagem”.
  • Habilidade cognitiva. A atenção plena melhora a memória de curto prazo e a capacidade de realizar tarefas cognitivas complexas. Também libera as pessoas para pensar fora da caixa, o que as ajuda a superar a complexidade. No contexto do desempenho no local de trabalho, os resultados comprovados incluem maior qualidade na tomada de decisões estratégicas e colaboração mais efetiva.
  • Foco e clareza do pensamento. Como observou o Prêmio Nobel Herbert A. Simon, “uma riqueza de informações cria uma pobreza de atenção”. Esse insight, articulado pela primeira vez em 1971, é mais preciso hoje do que nunca. Manter um foco forte neste tempo de sobrecarga de informação digital, portanto, é essencial. A prática regular de rotinas de mindfulness pode reduzir a perambulação mental e a distração. A atenção plena fortalece a consciência de ambas as atividades no momento presente e nos processos e comportamentos mentais (conhecidos como metaconsciência).

Ao fornecer esses benefícios individuais, a atenção aumenta o potencial de iniciativas de agilidade corporativa e transformações ágeis. Ele ajuda as pessoas a inspecionar e adaptar seus comportamentos em ciclos curtos, relaxar para que possam reconectar as atitudes estabelecidas e pensar com clareza em meio a fortes estímulos digitais.

Em suma, a atenção plena facilita a navegação no contexto de incerteza e ambiguidade.

O mundo corporativo tomou conhecimento

Um pioneiro líder em mindfulness corporativo é Jon Kabat-Zinn, que facilitou sua democratização ao projetar um programa chamado Mindfulness-based Stress Reduction.

O curso fornece uma introdução simples e estruturada para práticas de meditação cientificamente comprovadas. Da mesma forma, Chade-Meng Tan desenvolveu o Search Inside Yourself, um curso que combina práticas de meditação com treinamento de inteligência emocional – uma abordagem que ele foi pioneiro no Google.

Mais recentemente, as empresas no Ocidente se voltaram para a atenção plena para promover o bem-estar e a produtividade dos funcionários. O movimento começou entre startups no Vale do Silício e foi implementado por empresas de longa data em todos os EUA e Europa, bem como por órgãos governamentais.

Estes incluem a Aetna, a Beiersdorf, a Bosch, a General Mills, a Goldman Sachs, a Intel, a Royal Dutch Shell, a SAP, a Target, o Parlamento do Reino Unido e a Câmara dos Representantes dos EUA.

Muitas dessas organizações abraçam a agilidade e aspiram a cultivar uma nova forma de liderança. Entre os principais executivos que meditam e incentivam seus funcionários a seguir seu exemplo, por exemplo, estão o CEO da Salesforce, Marc Benioff, o CEO do Twitter, Jack Dorsey, e o co-fundador do Google, Sergey Brin.

De fato, participar de uma aula de meditação é uma maneira popular de começar o dia de trabalho em muitas empresas do Vale do Silício, incluindo Apple, Facebook, LinkedIn e Twitter.

“A maioria das empresas ainda não criou um ambiente que as prepare verdadeiramente para colher os frutos da agilidade.”

Ao longo de muitos anos, a Bosch, uma empresa multinacional de engenharia que se concentra em componentes automotivos e bens de consumo, aumentou sua agilidade por meio de várias iniciativas. Isso inclui a criação de estruturas organizacionais flexíveis, a introdução de métodos de desenvolvimento ágil e a experimentação de novos modelos e tecnologias de negócios.

Para promover o sucesso dessas iniciativas, a empresa percebeu que precisava mudar fundamentalmente sua abordagem à liderança. De acordo com Petra Martin, responsável pelo desenvolvimento de liderança na Bosch Automotive Electronics, “Mindfulness é uma alavanca essencial para mudar de uma cultura de controle para uma cultura de confiança. A comunicação mudou fundamentalmente desde que introduzimos nosso treinamento de conscientização para mais de 1.000 líderes na organização. ”

Na empresa de software SAP, a atenção plena se tornou um ingrediente essencial da vida corporativa para funcionários e executivos.

Mais de 6.000 funcionários realizaram cursos de mindfulness de dois dias que se concentram em meditações complementadas pela prática do autocontrole e da compaixão.

Além disso, os treinadores de mindfulness interno oferecem meditações guiadas durante o horário de trabalho e um desafio de atenção plena de várias semanas, incluindo “micropráticas” de meditação, como sair de um dia de trabalho movimentado por alguns minutos para se concentrar na respiração.

“Para muitos gerentes, tornou-se o novo normal abrir reuniões com meditações curtas”, diz Peter Bostelmann, diretor da prática global de mindfulness da SAP. Os participantes do relatório do programa mindfulness aumentaram o bem-estar e a criatividade.

Além disso, a atenção plena promoveu melhorias significativas mensuráveis ​​nos índices de confiança dos funcionários e de liderança. Bostelmann viu uma mudança significativa em como os programas de mindfulness corporativos são percebidos. Alguns anos atrás, alguns líderes ridicularizaram o conceito de mindfulness no trabalho.

Recentemente, no entanto, executivos de outras empresas – incluindo a Deutsche Telekom e a Siemens – procuraram o conselho de Bostelmann sobre como adotar conceitos de mindfulness em suas empresas.

A Aetna, uma seguradora de saúde dos EUA, treinou 13.000 funcionários em práticas de mindfulness, resultando em uma redução relatada nos níveis de estresse de 28%. Melhorias anuais de produtividade, um efeito secundário, são estimadas em US $ 3.000 por empregado.

Aetna lançou as iniciativas de mindfulness gradualmente, começando com breves meditações em reuniões de equipe executiva e continuando com aulas de yoga e meditação para todos os funcionários. “Demonstramos que os programas baseados em mindfulness podem reduzir o estresse e melhorar a saúde das pessoas”, diz Mark Bertolini, presidente e CEO da Aetna.

Como as empresas podem implantar o Mindfulness

Para capturar plenamente os benefícios da atenção plena, as empresas devem personalizar seus programas de atenção plena. Embora seja valioso começar determinando o objetivo das intervenções de mindfulness, muitas organizações também alcançaram bons resultados iniciando com um pequeno programa piloto, como fornecer um curso de mindfulness para a liderança sênior.

Para algumas empresas, a atenção plena se tornará um paradigma para o design da organização e para o bem-estar dos funcionários. Em termos de adoção da atenção plena em geral, as organizações podem começar experimentando quatro tipos de intervenções: treinamento de liderança, treinamento de meditação, microprática de mindfulness e coaching de mindfulness.

Treinamento de liderança. Como o guru da administração Peter F. Drucker observou, os líderes precisam tanto de percepção treinada quanto de análise. Cursos de liderança bem elaborados atendem a essa necessidade combinando práticas práticas de mindfulness e inteligência emocional.

Até mesmo cursos de liderança em mindfulness personalizados compartilham elementos comuns. Os líderes devem aprender como integrar as práticas formais e informais de atenção plena à vida cotidiana. Práticas formais são frequentemente meditações guiadas, enquanto práticas informais incluem exercícios de escuta consciente e simplesmente prestar atenção à tarefa em mãos.

Ao instilar a autoconsciência, a autorregulação e a compaixão, os cursos de mindfulness abordam as causas psicológicas de múltiplos problemas de liderança. E como esses cursos também incentivam o desenvolvimento natural de habilidades para gerenciar o tempo, a mudança e o conflito, os programas de treinamento dedicados ao estabelecimento dessas habilidades podem se tornar obsoletos.

Na Bosch, um currículo de treinamento de liderança ágil de um ano envolve três módulos: liderar-se, liderar equipes e liderar a organização. O treinamento de autogestão concentra-se na atenção plena e envolve meditações regulares guiadas, exercícios de comunicação consciente e cursos para ajudar os líderes a evitar as armadilhas da multitarefa.

Em uma empresa multinacional de engenharia, alguns líderes expressaram abertamente ceticismo sobre o valor da atenção plena. A empresa converteu esses céticos em crentes, explicando o conceito em termos leigos, compartilhando pesquisas científicas sobre sua eficácia e inspirando líderes seniores a se tornarem agentes de mudança.

Hoje, a atenção plena é o novo normal para a empresa, e os líderes fazem uma pausa para meditar na sala silenciosa designada antes de tomar decisões importantes ou ter discussões difíceis.

“As empresas que passam por uma transformação através do Mindfulness estão vendo retornos positivos tanto em nível individual quanto em nível organizacional”.

Treinamento de Meditação. Além de treinar executivos, as organizações devem avaliar se devem oferecer oportunidades de treinamento a todos os funcionários. Muitas pessoas estão dispostas a experimentar a meditação, mas lutam para entender por onde começar. Um curso de meio dia a um dia inteiro pode introduzir práticas básicas, como meditações respiratórias ou de escaneamento corporal, para que os funcionários possam continuar sozinhos.

Para reforçar seus cursos de treinamento, algumas organizações – incluindo Google, LinkedIn e Twitter – oferecem meditações guiadas durante o horário de trabalho. O Google também estabeleceu almoços silenciosos e salas silenciosas, onde os funcionários podem reajustar sua mentalidade em meio a um dia intenso de trabalho.

Microprática de Mindfulness. A prática repetitiva de habilidades básicas é essencial para promover o domínio: pense em pianistas que tocam escalas ao longo de suas carreiras ou que jogadores de beisebol pratiquem a prática de batedores antes de cada jogo.

Da mesma forma, os funcionários que completam um programa de meditação precisam continuar praticando, através de micropráticas, para realmente dominar a atenção plena. Meditadores experientes relatam benefícios transformadores de atenção plena depois de terem dominado a integração perfeita das práticas de atenção plena na vida cotidiana.

As organizações devem investir na criação de uma cultura em que as micropráticas de meditação não sejam apenas toleradas, mas sejam ativamente disseminadas por agentes de mudança da atenção plena. Pequenos workshops também podem ajudar a integrar a atenção plena de maneira não intrusiva.

Esses workshops podem ensinar abordagens como a prática STOP de Elisha Goldstein, na qual os participantes aprendem a parar, respirar, observar (pensamentos, sentimentos e emoções) e prosseguir. Além de promover o domínio dos praticantes de mindfulness, as micropráticas podem servir como um ponto de partida fácil para os céticos, que muitas vezes experimentam benefícios surpreendentes após algumas sessões.

Coaching Mindfulness. Os princípios da atenção plena também podem ajudar as equipes a colaborar de maneira mais eficaz. Por exemplo, se os membros da equipe dominam a capacidade de ouvir uns aos outros com atenção e sem interrupção, eles promovem um pensamento mais livre e criativo.

E uma cultura de equipe que valoriza a apreciação em relação às críticas ajuda a criar transparência e abertura. Em seu livro de 2015, Mais Tempo para Pensar: O Poder do Pensamento Independente, Nancy Kline propõe que as pessoas ofereçam comentários apreciativos cinco vezes mais do que fazem observações críticas.

Facilitação por um treinador é essencial para capturar os benefícios da atenção plena no trabalho em equipe. As equipes ágeis normalmente já possuem mestres de scrum ou coaches ágeis, e esses indivíduos também podem se tornar treinadores de mindfulness. Da mesma forma, as equipes executivas poderiam se beneficiar de treinadores de mindfulness para permitir uma comunicação autêntica e um trabalho em equipe eficaz.

Libertando o poder

As empresas que passam por uma transformação através da atenção plena estão vendo retornos positivos, tanto em nível individual quanto em nível organizacional. À medida que líderes e funcionários desenvolvem a mente aberta e a clareza necessárias para navegar em ambientes imprevisíveis, a organização fica bem posicionada para liberar todo o potencial da agilidade.

Para as empresas que ainda não adotaram com sucesso a atenção plena, o imperativo é claro: siga uma abordagem bem projetada e holística para implementar essa solução secular para os desafios da era digital.

Fonte: Knowledge Wharton

O que o cérebro revela sobre gratidão

Novas pesquisas esclarecem a fisiologia da gratidão, aproximando-nos da capacidade de compreender e aproveitar os benefícios para a saúde dessa poderosa emoção.

Imagine que você está fugindo de uma caçada aos nazistas e é levado sob a proteção de um estranho. Esse estranho passa o inverno fornecendo comida e abrigo – até mesmo viajando para outras cidades para transmitir mensagens para os membros da sua família -, mas não tem esperança ou expectativa de pagamento de você. Enquanto seus entes queridos são sistematicamente apanhados pela máquina nazista, esse estranho mantém você vivo e nutre sua fé na humanidade, oferecendo provas de que, no meio do horror generalizado, muitos indivíduos ainda agem com compaixão e dignidade irrestritas.

Quando você pensa sobre esse estranho, o que eles arriscaram, o que você recebeu – como você se sentiria?

Você pode sentir uma onda de emoção positiva, alegria pelo alívio de se preocupar com a sobrevivência e uma sensação de conexão íntima com o estranho que lhe deu esse presente. Em conjunto, esses sentimentos podem ser descritos como gratidão.

A gratidão é celebrada em toda filosofia e religião; Estudos científicos recentes sugerem que traz benefícios significativos para nossa saúde mental e física. Mas muito pouco se sabe sobre o que realmente acontece em nosso cérebro e corpo quando o experimentamos.

Por que isso importa? Porque uma melhor compreensão da fisiologia da gratidão pode ajudar a identificar estratégias para aproveitar seus benefícios à saúde e ajudar as pessoas a entenderem a importância de promover essa poderosa emoção. O objetivo da minha pesquisa foi estabelecer as bases para entender o que acontece no cérebro quando nos sentimos gratos – e uma imagem do cérebro agradecido está começando a surgir.

O que o cérebro pode nos dizer sobre gratidão?
Quando comecei a jornada para estudar gratidão, me deparei com tratados filosóficos e exortações religiosas enfatizando a importância da gratidão, juntamente com estudos científicos sugerindo que a gratidão pode melhorar seu sono , melhorar seus relacionamentos românticos , protegê-lo de doenças , motivá-lo a exercitar e aumentar sua felicidade , entre muitos outros benefícios.

Na época, porém, muito pouco se sabia sobre o que acontece em nossos cérebros e corpos quando sentimos gratidão, o que dificultou entender como a gratidão realmente funciona. Como sou neurocientista, concentrei-me na neurobiologia da gratidão com uma pergunta mais específica em mente: nossa atividade cerebral pode revelar alguma coisa sobre como a gratidão alcança seus benefícios significativos?

Pensei que entender o que acontece no cérebro quando sentimos gratidão poderia nos dizer mais sobre a conexão mente-corpo – a saber, como sentir emoções positivas pode melhorar as funções corporais.

Dada a clara relação entre saúde mental e física, achei que entender o que acontece no cérebro quando sentimos gratidão poderia nos dizer mais sobre a conexão mente-corpo – a saber, como sentir emoções positivas pode melhorar as funções corporais. Também achei que esses resultados poderiam ajudar os cientistas a projetar programas destinados a gerar gratidão ajudando-os a concentrar-se nas atividades e experiências precisas mais essenciais para colher os benefícios da gratidão.

Deve ser dito que capturar pessoas no momento de sentir gratidão representa alguns desafios. Afinal, algumas pessoas podem não sentir gratidão quando esperamos que elas aconteçam, e outras podem até se sentir gratas em situações inesperadas. Eu pensei que minha melhor aposta seria tentar induzir a gratidão através de histórias poderosas de ajuda e sacrifício.

Como fazer um cérebro grato
Para conseguir isso, recorri ao Instituto de História Visual da Fundação USC Shoah, que abriga o maior repositório mundial de depoimentos de sobreviventes gravados em holocausto – muitos dos quais, talvez surpreendentemente, estão repletos de atos de altruísmo e generosidade de tirar o fôlego.

Juntamente com uma equipe de universitários incríveis, comecei observando centenas de horas de depoimentos de sobreviventes para encontrar histórias em que o sobrevivente recebia algum tipo de ajuda de outra pessoa.

Reunimos uma coleção dessas histórias e as transformamos em cenários curtos que compartilhamos com nossos participantes. Cada cenário foi reescrito na segunda pessoa (por exemplo, “Você está em uma marcha da morte no inverno e um colega prisioneiro lhe dá um casaco quente”) e apresentado aos participantes do nosso estudo. Pedimos a eles que se imaginassem no cenário e sentissem, na medida do possível, como se sentiriam se estivessem na mesma situação. Enquanto os participantes refletiam sobre esses dons, medimos sua atividade cerebral usando técnicas modernas de imagem cerebral (na forma de ressonância magnética funcional ou fMRI).

As regiões associadas à gratidão fazem parte das redes neurais que se iluminam quando nos socializamos e experimentamos o prazer.

Para cada um desses cenários, perguntamos aos participantes quanta gratidão eles sentiam e correlacionamos essa classificação com a atividade cerebral deles naquele momento. Embora tal abordagem não elicie exatamente os mesmos sentimentos que realmente vivenciam tais situações, os participantes relataram esmagadoramente sentimentos de gratidão, envolvimento profundo na tarefa e, talvez ainda mais importante, uma maior empatia e compreensão do Holocausto como um resultado da participação no estudo.

Além disso, nossos resultados revelaram que quando os participantes relataram esses sentimentos de gratidão, seus cérebros mostraram atividade em um conjunto de regiões localizadas no córtex pré-frontal medial, uma área nos lobos frontais do cérebro onde os dois hemisférios se encontram. Essa área do cérebro está associada à compreensão das perspectivas de outras pessoas, empatia e sentimentos de alívio. Essa também é uma área do cérebro que está massivamente conectada aos sistemas do corpo e do cérebro que regulam as emoções e apóiam o processo de alívio do estresse.

Mais motivos para ser grato
Esses dados nos mostraram uma história razoável sobre gratidão. As regiões associadas à gratidão fazem parte das redes neurais que se iluminam quando nos socializamos e experimentamos o prazer. Essas regiões também estão fortemente conectadas às partes do cérebro que controlam a regulação básica da emoção, como a freqüência cardíaca e os níveis de excitação, e estão associadas ao alívio do estresse e, portanto, à redução da dor. Eles também estão intimamente ligados às redes de “mu opióides” do cérebro, que são ativadas durante o contato interpessoal íntimo e o alívio da dor – e podem ter evoluído da necessidade de se limpar uns aos outros para os parasitas.

Em outras palavras, nossos dados sugerem que, como a gratidão depende das redes cerebrais associadas ao vínculo social e ao alívio do estresse, isso pode explicar, em parte, como os sentimentos de gratidão levam a benefícios para a saúde ao longo do tempo. Sentir-se grato e reconhecer a ajuda de outras pessoas cria um estado corporal mais relaxado e permite que os benefícios subsequentes do estresse diminuído se espalhem sobre nós. (Recentemente publicamos um artigo científico elaborando essas idéias .)

Talvez ainda mais encorajador, o pesquisador Prathik Kini e colegas da Universidade de Indiana realizaram um estudo subsequente examinando como a gratidão praticada pode alterar a função cerebral em indivíduos deprimidos . Eles encontraram evidências de que a gratidão pode induzir mudanças estruturais nas mesmas partes do cérebro que achamos ativas em nosso experimento. Tal resultado, em complemento ao nosso, conta uma história de como a prática mental de gratidão pode até mesmo ser capaz de mudar e religar o cérebro.

Fonte: Greater Good Science Center da UC Berkeley

O que significa ser grato

O dia de rompimento estava brilhando com o zumbido da natureza cuidando de seus negócios. Inspirando, senti-me acordado pela delicada mordida do ar da primavera. Expirando, senti meu hálito quente subir como uma oração matinal. Não havia nada especial acontecendo, apenas suavemente borbulhando quietude e beleza ao redor. Um momento de paz. Senti-me grata por estar presente e perceber.

O que significa ser grato? Felizmente, isso não significa convencer-se de alguma noção falsa de que tudo está bem e bonito. Viver sua vida com gratidão significa escolher concentrar seu tempo e atenção naquilo que você aprecia. O objetivo não é bloquear as dificuldades, mas abordar essas dificuldades de uma perspectiva diferente. A apreciação nos amolece. Acalma as nossas mentes turbulentas, ligando-nos às coisas maravilhosamente comuns, grandes e pequenas, que de outra forma podemos tomar como garantidas.

Vá em frente e tenha gratidão por um giro agora mesmo. Pense em qualquer coisa em sua vida que você possa se sentir grato: aquele motorista que cedeu quando você percebeu que estava na pista errada, o fato de que o sol nasceu esta manhã, qualquer qualidade em si que você admira. Quando você é grato, como o seu corpo responde? Existe uma sensação de leveza? Formigamento? Calor? De que maneira expressar gratidão muda sua perspectiva? Pode haver uma conexão entre gratidão e felicidade?

A gratidão pode nos ajudar a ver que nem tudo é terrível – nem o tempo todo. Praticar gratidão pode manter nossos corações abertos para a ternura em nossas experiências diárias. Há tantas coisas pelas quais ser grato. Tome árvores, por exemplo. As árvores fornecem frutas e abrigo gratuitamente e até se oferecem como ginásios de escalada para os jovens, os idosos e o que você está pensando em descer de lá Nana! Os reinos selvagens de plantas e animais são exuberantes, coloridos e extravagantes. Estamos cercados de abundância e, ainda assim, descuidadamente girando em direção ao piloto automático, perdendo de vista as maravilhas nutritivas da vida.

O mesmo acontece com as pessoas. Alguma vez você já pegou as meias de outra pessoa, ou ficou até tarde no escritório para ajudar, ou abriu uma porta para um estranho, ou deixou alguém ter o controle remoto? Quando ninguém se incomoda em lhe agradecer, como se sente? E quem você não agradece? Lembre-se: Oferecer nossa gratidão uns aos outros é uma maneira poderosa de fortalecer e até consertar laços emocionais. Tente. É grátis.

Oferecer nossa gratidão uns aos outros é uma maneira poderosa de fortalecer e até mesmo consertar laços emocionais.

À medida que cultivamos uma maior apreciação pelo que está ao nosso redor, podemos incluir ser gratos pelo que está dentro de nós. Podemos nos deliciar e sentir gratidão por nossos talentos e forças únicas. Talvez você tenha um jeito de fazer as pessoas rirem ou de ser um ouvinte astuto. Ou talvez você possa agradecer a si mesmo por simplesmente sair da cama e passar o dia todo. Podemos ser gratos por termos um coração, uma mente e a sabedoria para saber viver com bondade e compaixão.

Aqui estão algumas dicas simples de gratidão que você pode tentar começar agora mesmo:

1. Diga “obrigado!” Quem não quer ser apreciado por seus esforços? Dizer obrigado pode ser um presente e um que também é muito bom!

2. Lembre-se do que você mais aprecia. Quando estiver se sentindo deprimido, tire um momento e anote algumas coisas que despertem gratidão em você, como:

  • O prazer do sol da primavera
  • Uma música ou arte estimulante
  • Uma refeição deliciosa ou nutritiva
  • O riso de uma criança, um sorriso doce de estranho, um momento compartilhado de alegria

3. Preste atenção às suas emoções. Descreva o mais detalhadamente possível como seu corpo se sente quando você expressa gratidão. Quais emoções acompanham esses sentimentos borbulhantes? Que tipo de pensamentos você percebe? Quando você começa a se voltar com mais frequência para as coisas que aprecia, o mundo se abre cada vez mais para revelar que sempre há alguma coisa pequena pela qual você pode ser grato.

Fonte: Revista Mindful

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